terça-feira, 24 de agosto de 2010

A Filosofia da Bolsa

Algumas pessoas sugeriram e eu comecei a dar aulas sobre Bolsa de Valores. Afinal, operar no mercado financeiro passou a ser minha principal atividade profissional.

Ainda há muito a ser desenvolvido no formato do curso, mas um ponto sempre norteou meu pensamento a esse respeito: passar para os alunos a filosofia ali contida. Um amigo, inclusive, me incentivou a focar o curso nesse ponto. Não que a sistemática de operações e as análises técnicas fossem deixadas de lado. Mas, o importante é entender a natureza, a essência da Bolsa.

Podemos considerar o aspecto psicológico como protagonista nas relações de compra e venda de papeis nesse braço do mercado de capitais. Entretanto, há mais. O conhecimento contido no funcionamento de todo o sistema traduz o estágio em que a sociedade se encontra, diversos arquétipos sendo acessados e manifestados.

Somos espelhos dos outros, vivendo na ilusão da separação. Ao acordarmos, o Conhecimento tornando-se consciente, nada restará escondido. Estaremos integrados com o Todo e sabedores do que temos que fazer.

Quando as pessoas compreenderem o funcionamento dos mercados, não haverá mais mercado, pois todos os agentes antecipariam as ações e reações uns dos outros (na verdade, só existiriam ações). Nesse momento, a sociedade estaria em um ponto em que não haveria mais necessidade e, principalmente, sentido no capitalismo que hoje impera.

A ideia de uma sociedade sem ganância, não mais baseando sua felicidade na ilusão da posse de bens materiais (ilusão dupla), pode parecer utópica e até contraditória para quem ganha dinheiro da forma exatamente oposta. Entendo, porém, que inexoravelmente caminharemos para isso.

Não sei se estarei aqui quando esse momento chegar, mas até lá o mercado obedece certos padrões. Conhecê-los, portanto, faz toda a diferença para quem pretende vencer nessa sociedade.