sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

SÍMBOLO

Há algum tempo queria escrever sobre símbolos. E talvez esta época seja a melhor para tal.
O símbolo, em sua origem etimológica, era um sinal de reconhecimento: um objeto dividido em duas partes, cujo ajuste e confronto permitiam aos portadores de cada uma das partes se reconhecerem. O símbolo é, pois, a expressão de um conceito de equivalência havendo, portanto, uma "conjugação", uma "re-união". Designa aquilo que permite a sujeitos reunirem-se em volta do sinal de uma crença, valor ou ainda, uma aliança sagrada.
Assim, simbólico é mais do que meramente algo sem valor, como se fosse um prêmio de consolação. É muito mais. É algo que nos aproxima, que nos une em torno de um objetivo.
O diabólico, por sua vez, é algo que afasta, separa, coloca longe da Verdade.
Ao contrário do que a maioria das igrejas quer que seus fieis acreditem, a figura do diabo nada mais é do que tudo o que afasta uma pessoa do conhecimento, que o mantém na escuridão, longe da luz. Não se dão conta de que incutir ou aumentar o sentimento de medo é justamente o que resultará nesse distanciamento do conhecimento? Infelizmente, sabemos das intenções, estas sim, no real significado de diabólico.
A cruz é um símbolo. Fortíssimo. Muito antigo. Apresenta-se de diversas formas. Ao longo do tempo novos significados foram atribuídos a ela. Contém em si sabedoria.
Nessa época do ano, é natural um espírito mais solidário e caridoso. Uns tentam aliviar a consciência. Outros realmente sentem a vibração que se mostra em freqüência mais elevada, uma energia mais sutil.
O ideal é manter esse “espírito” durante o ano todo. Independentemente de circunstâncias. Para tanto, precisamos entender todos os ensinamentos que nos foram deixados por um mestre.
Tenha coragem. Saia da escuridão diabólica. Olhe para o símbolo, trabalhe, doe-se e SEJA o conhecimento que nos foi presenteado por aquele que foi pregado na cruz.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

TOLERÂNCIA

Muito tem se falado sobre tolerância. Drogas, homossexualidade, religiões estão entre os assuntos mais abordados nessa onda de tolerância propagada pela mídia. Então, cabe analisar do que estamos tratando aqui.
Escrevi um primeiro texto bem abrangente, mas que não era exatamente o que eu desejava expressar. Vou tentar de novo.
As pessoas estão confundindo tolerância e aceitação.
Um Mestre disse: “Nada é igual; tudo é diferente.” Por economia, não existe nada igual em todo o Universo. Afinal, cada coisa e cada ser têm sua função, individual. Sem desperdício e manifestando a Justiça absoluta. E são justamente as diferenças que fazem o movimento do Universo. Caso assim não fosse, tudo seria estático.
Há uma grande diferença entre aceitação e tolerância. Aceitamos algo por Compreensão, por Respeito. Entendimento da existência das diferenças.
Desse modo, podemos aceitar quaisquer condutas por entender que, se todos são diferentes, não há lógica em esperar ideias e atitudes iguais por parte de qualquer um. Quando as condutas são iguais? Quando as pessoas se submetem à vontade dos outros, do chefe, do professor, da sociedade, enfim, não exercem seu livre-arbítrio. Sobram raiva, frustração e crenças limitantes.
Portanto, posso entender o que leva uma pessoa a usar drogas, roubar, matar, torcer para o Corinthians, ser deputado, etc. Mas isso não significa que devo compactuar com condutas que claramente contrariam valores elevados. Alguém pode questionar esses valores e argumentar que são elevados na minha visão, mas podem não ser na opinião de outros.
Todos, em seu íntimo, sabem o que nos eleva em direção a algo mais belo e grandioso. Pensamentos de amor, gratidão, bondade, alegria nos trazem sensações boas, de liberdade, felicidade, paz. O contrário, pensamentos de raiva, vingança, ódio, frustração, nos empurram para o desânimo, a tristeza, nos afastam do belo, do luminoso.
Se você é Responsável, Paciente, Respeitoso fica muito mais fácil conviver com as diferenças, pois tendo princípios não se sente agredido por nada. E é justamente aí que reside o problema.
Muitos, por não terem princípios e valores, sentem-se agredidos . Defendem verdades pequenas, relativas, próprias. Esperam que todos aceitem estas verdades como absolutas. E, nos tempos que correm, chamam esse comportamento de tolerância, pois o contrário seria, justamente, agressão.
Trata-se de algo absurdo, pois obriga a quem discorda de determinada coisa (mas a entende) a se calar e ter de aceitar, inclusive, normas de conduta que contrariam seu modo de pensar. Algumas viram até lei. Corro o risco, ao me negar a fazer negócio com um homossexual, um negro, um nordestino, um judeu, um muçulmano, um crente, que isso seja interpretado como discriminação, ser processado e até preso. Qual a relação que há entre condutas e religião, etnia, opção sexual? Não há uma lei que me obrigue a alugar um apartamento para um branco, heterossexual, paulista se não gostar de seu perfil. Por que a diferença? Qual a lógica das cotas em faculdades e empresas? Outro dia um sujeito usava uma camisa onde se lia “100% negro”. Se eu usar uma camisa “100% branco” fatalmente serei acusado de racismo. Não posso ser contrário ao consumo de drogas, entender que é irresponsabilidade permitir a legalização e passeatas em prol da liberação da maconha e manifestar esse pensamento sem ser chamado de intolerante?
Aqueles que querem total tolerância, que nada seja contestado, têm uma visão distorcida, pobre em conhecimento. Por que tudo deve ser “tolerado”? Pode uma cultura, até uma civilização, sobreviver quando em seu próprio seio tolera aquelas que defendem o seu oposto (e aqui não falo de evolução, natural e inexorável, e sim de revolução)? Que se omite frente a barbáries e atrocidades, libertinagem e total ruptura de princípios e valores elevados?
E aqui entendo ser o ponto de esclarecimento, pois poucos sabem o significado de tolerância.
Diferentemente do senso comum, tolerar, em sua etimologia (tolerare – latim), é suportar pacientemente, resistir, combater, sofrer.
Assim, quando se tolera algo, o objeto da tolerância se mostra contrário àquilo em que acreditamos, ao que ressoa com nossas ideias. Daí a necessidade de suportar, resistir. Se você combate algo, é porque não gosta, não acredita, não entende, até sofre por aquilo. Alguém dirá que lutar contra algo atingindo até as raias da violência, é intolerância.
Partindo do real sentido do verbo, se tolerar é combater algo por este se mostrar contrário ao que reconhecemos certo (certo ou errado são conceitos relativos ligados diretamente àquilo que nos satisfaz, que nos causa admiração), a intolerância não seria exatamente a mesma coisa, a diferença residindo na intensidade do sentimento e da manifestação, portanto individual? Em rigor, todavia não faz nenhum sentido falarmos de tolerância entre seres iguais por natureza (como pregam os defensores do politicamente correto).
Agora, no sentido comumente usado do termo, algumas pessoas entendem que tudo deva ser tolerado. Mas elas simplesmente não toleram que outros não pensem ou ajam desta maneira. Em outras palavras, são intolerantes com os intolerantes. Qual a lógica? Onde está a Sabedoria em querer que as pessoas convivam sem discutir nada e chegar à elucidação dos pontos em questão? Diferentemente do alardeado, o tal do politicamente correto, ao policiar e até “proibir” a manifestação contrária de opiniões ao pensamento vigente, tornou-se um salvo conduto para que a crise moral em que a sociedade se encontra seja alimentada. E isto, além de triste, é muito perigoso.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Fatos e Preconceitos

Muitas polêmicas têm surgido nos últimos tempos sobre preconceito, discriminação, politicamente correto. Tem gente, ao contrário, que sai em defesa do politicamente incorreto, posição esta que se mostra frágil quando algum comentário atinge algo de seu interesse. É necessário entender, em primeiro lugar, que todas as opiniões são válidas e razoáveis. Todos têm uma forma de pensar e as coisas fazem sentido dentro da razão de cada um. Uma música agrada mais a uns que a outros. Eu não gosto de Djavan, acho tremendamente chato. Minha mulher adora (aliás a maioria das mulheres também — compreendamos, pois). Não vou julgá-la e colocar um rótulo em sua testa porque temos percepções diferentes sobre uma determinada coisa.

Infelizmente, é o que tem acontecido. Se alguém gosta ou desgosta de algo, logo é taxado, condenado. Se é assírio, fenício, cartaginês ou celta, pronto lá vem uma enxurrada de considerações preconceituosas advindas de séculos, milênios de cultivo de mentalidades tacanhas, retrógradas, frutos do egoísmo. Tudo aquilo que se mostra contrário ou diferente do establishment deve ser combatido, afinal um comportamento subversivo, radical, pode comprometer a estrutura dominante. Isso vale para todos os sistemas políticos, religiões e doutrinas. A humanidade busca satisfazer seus desejos pequenos a todo instante. As pessoas não têm objetivos. Estão perdidas. Em nosso íntimo, sabemos que há algo mais e temos uma atração natural por coisas superiores. Porém, o medo e o egoísmo (entendê-los e superá-los são as lições que temos que aprender em nossa passagem pela Terra) fazem com que busquemos segurança. E é exatamente a "segurança" o que nos segura aqui, nos prende às coisas terrenas. Quando pararmos de caminhar olhando para baixo e contemplarmos a grandiosidade do Universo (e entendermos), deixaremos de ter medo. Não iremos mais nos apegar a coisas efêmeras que nos dão aquela "segurança". As pessoas vivem fugindo. São fugas psicológicas. Entopem os consultórios com suas hipocondrias e se entopem de remédios para alcançar um bem-estar que, se não estivessem cegas, bastaria olhar para dentro de si mesmas que descobririam. Não é fácil no início, mas com esforço e sacrifício todos podemos chegar. É simples. Basta dar aos outros aquela felicidade que sua alma anseia. Não a felicidade dos efêmeros, do ter. Esta só gera sofrimento.

E, em tudo isso, há algo errado? O que é certo e o que é errado? Se você considerar algo errado, por princípio, está entendendo aquilo como não factível e até proibido. Inclusive por Deus. Deus proibindo alguém de fazer alguma coisa é reduzi-Lo a uma dimensão ínfima e classificá-Lo como prepotente, rancoroso e vingativo, pois suas "ordens" não teriam sido seguidas. Onde fica o livre-arbítrio?

Suas manifestações são resultado de sua forma de pensar. Simples assim. Nada de errado há em coisa alguma a não ser na dimensão humana, que ainda precisa de controles. Isso pode chocar algumas pessoas, mas é importante ver as coisas como elas são. Tudo é reflexo do ponto em que você se encontra em sua caminhada, sua jornada pela vida. É fundamental em nossa evolução deixarmos de julgar buscando um veredito e uma condenação, pois aquele fato contraria suas crenças, sua forma de pensar.

As pessoas precisam distinguir fatos de opiniões. Essa onda de politicamente correto faz com que, ao contrário do que alegam os "democratas", haja intensivo patrulhamento e ninguém mais possa dar uma opinião (você pode ter, mas não dizer). Todos temos formas diferentes de enxergar as coisas e é necessário Respeito e Compreensão com as diferenças.

Exemplificando com um fato ocorrido com uma conhecida.

Ela disse que na Praça Buenos Aires há muitos judeuzinhos corados. Foi criticada e chamada de preconceituosa por alguns e defendida por outros.

Analisando: Higienópolis é um bairro em que moram muitos judeus. Muitas crianças destas famílias são rosadas (biotipo). A Praça Buenos Aires é um local de lazer muito procurado por quem mora no bairro. Assim, a Praça Buenos Aires ser frequentada por crianças judias rosadas é simplesmente um fato.

Fatos são fatos e servem apenas para que as pessoas os aproveitem como experiências e entendam as lições. Claro que devemos sempre considerar a intenção que é colocada nas palavras. Se você vê algo apenas como fato, sem julgamento ou preconceito, ótimo. Caso contrário, analise o porquê daquela reação e entenda o ponto que te incomoda naquele fato e que fez você se manifestar de maneira agressiva, ofensiva, irônica ou sarcástica.

Quanto ao preconceito podemos analisar da seguinte forma: se eu disser que uma pessoa é verde, isso é um fato. Porém, indo mais a fundo, ao destacar a cor da pessoa eu já estou fazendo uma distinção, estou qualificando aquele indivíduo da mesma maneira se disser que é alto, gordo ou careca. O ideal é não fazer isso, mas como utilizamos de comparações o tempo todo para entender as coisas, é natural que se atribuam qualidades a tudo e a todos. O importante e fundamental é: se for fazer uma comparação, compare-se com você mesmo. Quem você é hoje e quem você gostaria realmente de ser. Esta é a comparação que vale a pena. Seja melhor do que é hoje. Coloque isso como seu objetivo de vida e siga convictamente atrás dele. Um dia, fatalmente, você o alcançará.