sexta-feira, 13 de maio de 2011

Fatos e Preconceitos

Muitas polêmicas têm surgido nos últimos tempos sobre preconceito, discriminação, politicamente correto. Tem gente, ao contrário, que sai em defesa do politicamente incorreto, posição esta que se mostra frágil quando algum comentário atinge algo de seu interesse. É necessário entender, em primeiro lugar, que todas as opiniões são válidas e razoáveis. Todos têm uma forma de pensar e as coisas fazem sentido dentro da razão de cada um. Uma música agrada mais a uns que a outros. Eu não gosto de Djavan, acho tremendamente chato. Minha mulher adora (aliás a maioria das mulheres também — compreendamos, pois). Não vou julgá-la e colocar um rótulo em sua testa porque temos percepções diferentes sobre uma determinada coisa.

Infelizmente, é o que tem acontecido. Se alguém gosta ou desgosta de algo, logo é taxado, condenado. Se é assírio, fenício, cartaginês ou celta, pronto lá vem uma enxurrada de considerações preconceituosas advindas de séculos, milênios de cultivo de mentalidades tacanhas, retrógradas, frutos do egoísmo. Tudo aquilo que se mostra contrário ou diferente do establishment deve ser combatido, afinal um comportamento subversivo, radical, pode comprometer a estrutura dominante. Isso vale para todos os sistemas políticos, religiões e doutrinas. A humanidade busca satisfazer seus desejos pequenos a todo instante. As pessoas não têm objetivos. Estão perdidas. Em nosso íntimo, sabemos que há algo mais e temos uma atração natural por coisas superiores. Porém, o medo e o egoísmo (entendê-los e superá-los são as lições que temos que aprender em nossa passagem pela Terra) fazem com que busquemos segurança. E é exatamente a "segurança" o que nos segura aqui, nos prende às coisas terrenas. Quando pararmos de caminhar olhando para baixo e contemplarmos a grandiosidade do Universo (e entendermos), deixaremos de ter medo. Não iremos mais nos apegar a coisas efêmeras que nos dão aquela "segurança". As pessoas vivem fugindo. São fugas psicológicas. Entopem os consultórios com suas hipocondrias e se entopem de remédios para alcançar um bem-estar que, se não estivessem cegas, bastaria olhar para dentro de si mesmas que descobririam. Não é fácil no início, mas com esforço e sacrifício todos podemos chegar. É simples. Basta dar aos outros aquela felicidade que sua alma anseia. Não a felicidade dos efêmeros, do ter. Esta só gera sofrimento.

E, em tudo isso, há algo errado? O que é certo e o que é errado? Se você considerar algo errado, por princípio, está entendendo aquilo como não factível e até proibido. Inclusive por Deus. Deus proibindo alguém de fazer alguma coisa é reduzi-Lo a uma dimensão ínfima e classificá-Lo como prepotente, rancoroso e vingativo, pois suas "ordens" não teriam sido seguidas. Onde fica o livre-arbítrio?

Suas manifestações são resultado de sua forma de pensar. Simples assim. Nada de errado há em coisa alguma a não ser na dimensão humana, que ainda precisa de controles. Isso pode chocar algumas pessoas, mas é importante ver as coisas como elas são. Tudo é reflexo do ponto em que você se encontra em sua caminhada, sua jornada pela vida. É fundamental em nossa evolução deixarmos de julgar buscando um veredito e uma condenação, pois aquele fato contraria suas crenças, sua forma de pensar.

As pessoas precisam distinguir fatos de opiniões. Essa onda de politicamente correto faz com que, ao contrário do que alegam os "democratas", haja intensivo patrulhamento e ninguém mais possa dar uma opinião (você pode ter, mas não dizer). Todos temos formas diferentes de enxergar as coisas e é necessário Respeito e Compreensão com as diferenças.

Exemplificando com um fato ocorrido com uma conhecida.

Ela disse que na Praça Buenos Aires há muitos judeuzinhos corados. Foi criticada e chamada de preconceituosa por alguns e defendida por outros.

Analisando: Higienópolis é um bairro em que moram muitos judeus. Muitas crianças destas famílias são rosadas (biotipo). A Praça Buenos Aires é um local de lazer muito procurado por quem mora no bairro. Assim, a Praça Buenos Aires ser frequentada por crianças judias rosadas é simplesmente um fato.

Fatos são fatos e servem apenas para que as pessoas os aproveitem como experiências e entendam as lições. Claro que devemos sempre considerar a intenção que é colocada nas palavras. Se você vê algo apenas como fato, sem julgamento ou preconceito, ótimo. Caso contrário, analise o porquê daquela reação e entenda o ponto que te incomoda naquele fato e que fez você se manifestar de maneira agressiva, ofensiva, irônica ou sarcástica.

Quanto ao preconceito podemos analisar da seguinte forma: se eu disser que uma pessoa é verde, isso é um fato. Porém, indo mais a fundo, ao destacar a cor da pessoa eu já estou fazendo uma distinção, estou qualificando aquele indivíduo da mesma maneira se disser que é alto, gordo ou careca. O ideal é não fazer isso, mas como utilizamos de comparações o tempo todo para entender as coisas, é natural que se atribuam qualidades a tudo e a todos. O importante e fundamental é: se for fazer uma comparação, compare-se com você mesmo. Quem você é hoje e quem você gostaria realmente de ser. Esta é a comparação que vale a pena. Seja melhor do que é hoje. Coloque isso como seu objetivo de vida e siga convictamente atrás dele. Um dia, fatalmente, você o alcançará.

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