terça-feira, 11 de setembro de 2007

LIVROS

Falemos de livros.
O normal é pensar naqueles que nos marcaram. Ou que acabamos de ler.
Pensando em autores, há alguns cuja narrativa nos empolga, outros que sabem criar um suspense com un grand finale. Outros ainda que nos ensinam e inspiram.
Mas... quantos são?
Melhor: quantas pessoas podem citar cinco escritores, só cinco, que realmente fizeram alguma diferença em suas vidas através de suas histórias?
Não falo daqueles livros que éramos obrigados a ler na escola. Estou me referindo à leitura "voluntária".
Sem preconceitos contra estilos ou segmentos, a grande massa, infelizmente, nunca abriu um livro, a começar por aquele que deveria dar exemplo: o grande molusco barbudo.
Será que as pessoas leriam mais se soubessem o quanto aumentariam sua capacidade cerebral?
"Ah, mas livros são caros" dirá o mais apressado. Com exceção de aldeias, vilas e comunidades isoladas, qualquer município dispõe de biblioteca pública. Se pensarmos apenas nas grandes cidades, há sebos, bancas de jornais que vendem livros baratos e, é claro, as bibliotecas.
Algumas iniciativas como o PROJETO ILÚMINA (falaremos disso em outro momento) buscam incentivar a leitura, mas são gotas num oceano de ignorância e descaso, tanto do povo como, principalmente, das autoridades responsáveis pela disseminação da cultura.
A inclusão dos indivíduos em uma sociedade democrática e no mercado de trabalho passa, obrigatoriamente, pelo acesso à educação, seja ela formal ou auto-ditada. Um povo que não lê e não se instrui está condenado a permanecer nas trevas, eternamente dominado por elites inescrupulosas que se aproveitam da ignorância da população para, cada vez mais, oprimi-la.
Independentemente de regime político ou sistema econômico, Idade Moderna, Média ou Contemporânea, conhecimentos e informação sempre foram as ferramentas mais poderosas para que as pessoas atingissem seus objetivos.
Com o desenvolvimento dos meios de comunicação, um número incomparavelmente maior de pessoas passaram a ter acesso (não que façam uso) às informações contidas em livros, jornais, revistas e veiculadas por rádio, TV e mais recentemente, Internet.
Entretanto, principalmente em países pobres ou em desenvolvimento como o Brasil, a esmagadora maioria da população está longe de uma educação de boa qualidade. Considerando-se, então, programas sociais voltados para levar mais cultura à grande massa, o abismo se mostra gigantesco.

Programação de rádio e televisão de baixa qualidade, letras de músicas sem nenhum conteúdo, revistas e shows televisivos que tratam de fofocas sobre artistas proliferando a uma velocidade espantosa, enfim, caos total no que diz respeito à transmissão de conhecimentos por parte de quem detem o poder de atingir o grande público.
Até por uma questão de índole, o brasileiro é acomodado e espera que os outros resolvam seus problemas. Muitos aguardam soluções milagrosas vindas do céu para solucionar suas dificuldades, sejam elas financeiras, de moradia, saúde e também, educação e cultura. Sem contar a apatia com que acata os desmandos e abusos nas esferas política, econômica, etc.
Ao contrário, deveriam sim buscar sempre uma melhor condição de vida no que tange a todos os aspectos mencionados. E, se de um lado, o brasileiro não briga por seus interesses, por outro também não se mobiliza no sentido de promover iniciativas que alterem o atual estado de coisas.
Há muito trabalho voluntário sendo realizado em todo o país, mas se for considerado o tamanho da população, o resultado dessas iniciativas isoladas é desanimador, menos para aqueles que sentem prazer em se doar e que podem ver a alegria estampada no rosto daqueles que recebem os benefícios dessas ações altruístas.

2 comentários:

Unknown disse...

Prezado Beto Niks,

Excelente postura! Sem a leitura não existe uma sociedade com pensamento livre. Engolir pensamentos concretos e definitivos como nos são apresentados por redes de televisão tornam a sociedade menos capacitada para criar e imaginar.

Como professor de empreendedorismo, minha maior dificuldade não é fazer com que as pessoas sigam o roteiro de um plano de negócios, mas, que elas apresentem alguma idéia inovadora para ser desenvolvida.

Continue mostrando caminhos!!

Galã.

NIKOLAYIDIS disse...

Galã

Em primeiro lugar, obrigado por participar. Mais do que isso: enriquecer a discussão.
Sempre no intuito de despertar as pessoas, o trabalho é para que elas deixem de lado as muletas, as desculpas e façam de suas vidas o que elas invejam ou admiram nos outros (se o modelo a ser seguido é o melhor já é ouuutra questão).
O importante é saber que as armas estão nas mãos de cada um e não usá-las é um tremendo desperdício. É livre-arbítrio? Sempre, mas por que não acelerar a evolução (inevitável) procurando fazer o seu melhor em todas as situações, incluindo aí a busca por conhecimentos através da leitura?